terça-feira, 17 de maio de 2011

MANAUS - TEREGUAHÊ PORÃKE

Estive novamente em Manaus esse final de semana e terei mais duas viagens ainda esse mês, quer inspiração melhor para escrever um post? Boa Leitura 

Pra quem mora aqui pelos lados do Sul e Sudeste, deve achar Manaus um lugar looooonge, distaaaaaante de tudo e de todos. Bem, longe é mesmo!! São quase 4 horas de voo de São Paulo até a capital amazonense, mas também é longe de ser uma cidade perdida no meio da floresta, com índios nus andando pelas ruas a caçar onças famintas. Ela chega a causar um espanto a quem a conhece pela primeira vez, são quase 2 milhões de habitantes (muito hospitaleiros, diga-se de passagem) e uma infra-estrutura de uma grande capital. 


Não vou negar que quando penso em Manaus, a primeira coisa que me vem a mente é o calor. É.. lá é quente, muito quente. A primeira vez que fui a cidade, próximo a porta de saída do aeroporto, avistei vários gringos parados e pensei: O que esses seres estão fazendo na porta? Quando consegui passar o corredor polonês e a porta se abriu, eu entendi...A sensação era de estar a caminho do forno da bruxa de João e Maria. Um vapor passou porta a dentro. Eu vestia uma camisa e blusa de lã, fui arrancando tudo que podia a cada passo que dava. Quando consegui um táxi, já pingando (isso foi 2 minutos depois), o taxista disse: Entra moça, o ar está ligado. Eu nem esperei ele terminar de falar, larguei as malas la fora e entrei no carro. Ah, o ar condicionado.. sim, ele é o amigo de fé dos manauaras e o irmão camarada dos turistas.

Todas as vezes que fui a cidade, fui a trabalho e nunca consegui fazer os passeios turísticos (não foi por falta de convite, deixo registrado). Confesso que parte dessa recusa é culpa da minha grande fobia por sapos. MORRO de medo de me encontrar com um, mesmo assim tem algumas coisas que eu já presenciei que são incríveis:

  • O Ensaio dos Bois = A festa mesmo acontece em Parintins e é um show a parte. Esse eu ainda não tive a oportunidade de ver, mas pelo que dá pra sentir nos ensaios que acontecem no sambódromo de Manaus, nos meses que antecedem o espetáculo principal (mais ou menos de Abril a Junho), eu tenho certeza que vou me apaixonar. É uma das festas folclóricas mais lindas que eu já vi em toda a minha vida. Para quem não sabe, o boi-bumbá é uma festa que acontece na cidade de Parintins sempre no último final de semana de Junho, onde os dois bois, o Garantido e o Caprichoso, se apresentam em uma arena disputando quem faz a melhor performance. É lindo!!! O mais incrível disso tudo é como eles levam isso a sério. No campo do Caprichoso não entra a cor vermelha, e na do boi Garantido, a cor azul é proibida. A coisa é tão séria, que lá é o único lugar do mundo onde a coca-cola é azul. Sim, o bom e velho refrigerante de cor vermelha se rende e muda de cor para entrar na arena do boi Caprichoso. E não é só isso, várias empresas como Nestlé e Gol também fazem suas comunicações separadas para cada torcedor. O ensaio, que é realizado alternadamente, sendo um sábado para cada, é só um fio do que eles apresentam em Parintins e já é uma super produção. É boi voando, índia surgindo do céu, grandes alegorias, sem contar a musica, que é contagiante! (dêem uma olhada nesse vídeo da apresentação do boi azul no festival ano passado - http://www.youtube.com/watch?v=c5qjG62uS3o&feature=related)
E pra quem achou que eu estava brincando, olha ai: A coca-cola Garantido e Caprichoso



  • Ponta Negra: Quando se está em Ponta Negra, se está de frente do gigante Rio Negro. Você quase não consegue enxergar a outra margem de tão extenso, parece um grande mar. 
Vista do Park Suites. A primeira água é a piscina infinita, do hotel a segunda é o Rio Negro e aquela faixa escura laaaaa no final, é o outro lado do rio (foto by Ro).

  • Costela de Tambaqui assado com Banana da Terra Frita: Eu já falei dessa iguaria aqui, mas merece repetir. Um dos melhores peixes que já comi. Se for a Manaus, você tem que provar!! Deliiiicia!

Bem, pelas minha experiências, eu poderia parar o post por aqui. A minha sorte é que tenho amigos e alguns deles já tiveram o prazer de fazer os passeios turísticos (pelo menos os principais) para me contar. Então, segue algumas dicas (obrigada Ro, Tati, Ju's, Mami e a equipe que trabalha comigo em Manaus):

  • O Encontro das Águas: Ininarravel a cena que se forma na junção do Rio Negro com o Rio Solimões (ou Rio Amazonas). Eles correm lado a lado quase 12 km sem se misturar. Essa maravilha pode ser vista do avião, quando ele parte rumo a São Paulo (foi como eu vi). Aquela vista de cima dos dois rios se encontrando, mas ao mesmo tempo separados e a floresta em volta merece 1 minuto de silencio. 
Encontro dos rios Negro e Solimões. Incrivel, não?

  • Hotéis flutuantes e hotéis de selva: Definitivamente, Manaus é uma cidade para proporcionar experiências únicas. Os hotéis flutuantes e de selva te transportam para o ambiente da floresta sem perder o conforto. Mas atenção: Se você tem medo de bichos (macacos, lagartos, sapos, etc.) esqueça! Encontra-los dentro do seu quarto, ou até mesmo dentro da sua mala é a coisa mais natural do mundo. Eles estão ali, livres, leves e soltos para quem quiser ver, tocar e brincar.
A Ro sendo atacada por macaquinhos no hotel Ariaú

  • Caçada ao Jacaré: Não, ninguém vai matar o pobre bichinho. É só um passeio noturno (é exatamente isso, um passeio noturno de barco na floresta), onde o instrutor leva os turistas para ver,  pegar, dançar cancan com os bichanos. Tudo, claro, vai depender do seu grau de coragem.
Eu disse que essa historia de jacaré não é pra qualquer um heeheh

  • Nadar com os Botos Cor de Rosa: É praticamente a mesma sensação que nadar com Golfinhos, só que ao invés de você fazer isso em uma grande piscina, a coisa acontece rio aberto. Eles são bem fofinhos e deixam você tocar neles em troca de uns peixinhos.. 
A ju com medo do pobre boto hehehe

  • Trilha na floresta: Fazer a trilha e entrar mata adentro deve ser incrível. Sentir de perto o som da floresta e a energia dela, pisar no solo, ver de perto árvores centenárias.. É cansativo, mas vale a pena. Mas o passeio so pode ser realizado na baixa do Rio.

Espelho d'água do Rio Negro


Manaus não se resume só a grande floresta e tudo o que ela guarda. Durante algumas semanas, a cidade é sede de um Festival de Ópera espetacular que acontece no lindo Teatro Amazonas. Ano passado, tive o prazer de assistir com a quase manauara Michele (que na verdade é de Uberlândia/MG) a ópera “Lo Schiavo”, de Carlos Gomes a céu aberto. Uma super produção que aconteceu do lado te fora do teatro para 30 mil pessoas. Muito, mas muito bonito.

Espetaculo ao ar livre no Teatro Amazonas. Lindissimo

Outro momento surpresa que a cidade me reservou foi um bar-restaurante chamado "Chefão". Lá eu escutei um Jazz (sim, isso mesmo, Jazz) de primeira qualidade. Tem coisas que definitivamente só Manaus faz por você.

Infelizmente, hoje ela ainda é mais visitada por estrangeiros do que por brasileiros, talvez pela falta de conhecimento das pessoas. Se você quer um destino absolutamente diferente de tudo que você já viu para suas férias, ta aí uma excelente dica.

E ah, Tereguahê Porãke = Bem-Vindos em Tupi-Guarani!


Jajo topata (até mais)

domingo, 8 de maio de 2011

CHICOOO, ME DÁ UM AUTÓGRAFO??


Ai ai Chico, essa sorte eu ainda não tive...

Não, eu infelizmente ainda não tive essa dádiva de cruzar com o meu amado Chico Buarque em minhas viagens, até porque se isso tivesse acontecido, eu já estaria com 2 pontes de safena. Eu sempre brinco dizendo que quando estou no Rio de Janeiro, fico de plantão na praia do Leblon esperando ele passar fazendo o seu cooper diário.

É engraçado as vezes encontrar esses artistas que até então você só via na TV. Alguns são mais altos do que você imaginava, outros mais baixos, uns mais gordinhos, outros mais magros, uns mais bonitos, outros nem tanto. Mas todos tem algo em comum: falam muuuuito no celular e tem conjutivite. Oh povo pra usar oculos escuros e falar ao telefone. Mas mais mala que eles são seus fãs. Que maluco esse efeito que determinados artistas causam nas pessoas "comuns". Nas minhas viagens, já vi uma calhamada deles e presenciei algumas situações bizarras...

Uma vez estava na livraria do aeroporto Santos Dumont (campeão das "celebridades") e percebi que tinha uma moça ao meu lado. 5 segundos depois, vários homens (e mulheres) faltaram me jogar em cima dos livros...  A "moça" era Grazi Massafera.. é.. ela é linda mesmo e ainda foi no meu voo, que claro, ao passar pelo corredor, ia deixando poças de baba dos marmanjos.

Em outra situação em que estava meeeega atrasada, o meu voo era chamado nos megafones do aeroporto e eu estava literalmente correndo. Ao chegar na portinha da policia federal para (ainda) passar pelo raio-x, eis que me surge na frente um bando de doidas berrando "Kiko, Kiko, espera" e o ser humano PAROU na fila da entrada e ficou falando com as malucas. Eu, P da vida, sai atropelando e xingando KLB e cia ltda. Ainda fui chamada de mau-educada.. ai ai meus sais. Essas fãs me irritam..

Irritante também é ficar em hotel com aquela galera do lado de fora esperando um tchau ou qualquer movimento em falso do ser hospedado lá.. E te cercam, perguntam, berram e faltam arrancar sua roupa.

Ano passado, chegando em Porto Alegre, fui rodeada de adolescentes histéricas
- Moça, você veio com o Restart?
- Com quem querida?
- Restart moça, uns coloridos.
- Não meu bem... não vim...
Na verdade eu não tinha a menor idéia se eu vim ou não. Eu nem sabia quem era os seres.. Depois vi a foto dos tais coloridos na internet e tive a certeza de que não tinha vindo mesmo, afinal, seria impossível não reparar naquilo. No caminho para o hotel, passamos em frente ao local do show e TODAS as adolescentes estavam vestidas exatamete iguais a eles...


Como não reparar num seres desses.. e como tem menina se matando por causa deles.. é.. adolescencia..

Por muitas vezes eu trombei com "artistas quem?":
- Olha, fulano..
- Quem???
- Fulano...
- Ah sim, claro, conheço :-s
E tiram foto e pedem autógrafo e é aquela bagunça..

Tão irritante quanto, são os que acham que por serem "famosos" tem que obrigatoriamente ser tratados como reis e de preferencia ter tudo de graça. Estava eu me despedindo de um Gerente Geral de um hotel, quando chega o "grande" (literalmente) jornalista da TV brasileira: José Luis Datena. Por alguns minutos, o gerente observou a cena: O tal estava negociando a tarifa. O GG se apresentou e começou a conversar com ele, que insistia num desconto (grande, diga-se). A única coisa que passava pela minha cabeça era: O cara ganha uma nota preta e ainda me pede desconto? Bem, fui embora antes que eu mesma me oferecesse pra pagar aquilo.. odeio avareza.

E como esquecer do "super ex-BBB" Bambam tentando (em vão) entrar de graça no Sirena em Maresias. Que vexame..

Politicos são sempre politicos. Passam por você como se fosse seu melhor amigo, apertando a mão, sorrindo, perguntando como vai sua mãe, pai, tio e papagaio. Se estiver na época de eleição, ai só faltam deitar no chão pra você passar. Já vi isso várias vezes viajando por aí, mas o que mais me marcou foi quando estava no mesmo hotel que, até então candidato a Presidencia da Republica, o excelentíssimo senhor Geraldo Alcmin,  que estava para um debate eleitoral no Rio. Alto sistema de seguranças para a passagem dele pelo longo lobby e todos os hóspedes com aquela cara de "ué". Quando ele passou, o jogo se inverteu e até os mesmos seguranças faltavam te jogar pra cima dele para que as cameras vissem o quanto ele era "legal" (deixo bem claro que mesmo com essa história, eu votei nele, afinal, quem estava no hotel a 500 metros do nosso na mesma situação era o Lula).

E jogadores de futebol? Aquele bando de macho uniformizado chegando com cara mau. Não importa qual o time: Cortinthians, Flamengo, Goiás ou o XV de Piracicaba. Todos tem a mesma postura de Mano Brown. Eu nunca consegui entender o porque.. será que é pra ninguém xinga-los por alguma M.. que eles tenham feito?

Mas existem os legais. Lembro-me quando peguei voo com o Seu Jorge, o cara era a simpatia em pessoa. Falava com todos a sua volta, brincava com as comissárias e só faltou puxar o violão e começar a tocar no meio do voo. O Sandy e Junior também era bem gente boa. Eu sempre achei que ele fosse um mala, mas quando ele sentou ao meu lado, ele foi até que gentil e até a própria Grazi foi bem simpática com aquele maremoto na livraria.

Além de competente, Seu Jorge é uma simpatia!!

Enquanto isso, sonho com o dia em que finalmente vou trombar por ai com o meu Chico... a gente vai tentando, não é mesmo? Até lá, me conformo com o Beto Barbosa  segurando a porta do elevador pra mim..  c'e la vie..

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A PIOR VIAGEM DA MINHA VIDA!!

Essa poderia ser uma história muito trágica, se não fosse cômica. A história a seguir foi, de longe, a pior viagem da minha vida. Você já fez uma viagem em que por instantes (leia-se toda ela) preferiria estar numa véspera de feriado na Marginal com chuva do que na praia? Ok, Ok, eu disse a uns 2 posts anteriores que praia é sempre praia, não importa a situação. Bem, vou discordar de mim mesma nesse exato momento, já que a mesma se passa rumo a Ubatuba (litoral norte de São Paulo).

Eu tinha uns 11 anos e meu irmão era muito amigo de um cara chamado Paulão. Ambos tiveram a originalíssima ideia de passar o feriado na praia.  Luca (como eu o chamo) muito solicito, levou minha mãe e eu a tiracolo. LEGAL, NÉ? Se não fosse minha mãe, meu irmão (que mede 1,87), o Paulão (que honrava o aumentativo de seu nome), a mulher dele (Ana) e eu numa BRASÍLIA cor ferrugem, ano sabe-se lá Deus.

Quando achávamos que nada poderia dar errado... A minha mãe decide levar praticamente a casa amarrada no teto do carro. Pra se ter uma vaga noção da gravidade, nos pés dela foi uma TV e na minha uma panela de pressão. Enfim, não vamos perder o humor. Socamos na pobre Brasília as 5 pessoas, TV, panela de pressão, edredons, malas, jogos de tabuleiro, garrafas de água, travesseiros, compras de supermercado e tudo mais que se tinha direito e fomos nós pegar a estrada sentido a tão sonhada praia..
Era uma Brasilia exatamente como essa.. TRAUMA

Durante o caminho, o óbvio!! Transito master e para fugir, meu irmão decidiu pegar um "atalho" que nos levaria, CLARO, a lugar nenhum. Conclusão: Nos perdemos (e não?). Saímos da estrada mais ou menos uns 40 minutos...

E quando achávamos que nada mais poderia dar errado... O meu irmão, que conseguia ser mais cego que eu naquela época, logo depois que conseguimos voltar para a estrada correta, não viu uma cratera que até o Ray Charles enxergava eeeeeeee... furou-se o pneu!! Como paramos no meio do nada, lá fomos nós tentar iluminar o ambiente do jeito que dava e colocar o step. Uma hora depois, entra todo o mundo no carro, troca-se alguns de lugar: O Paulão começa a dirigir, eu inverto com a minha mãe, já que a TV era maior que a panela e a minha amada genitora estava com dor nas pernas (desculpem, ela é minha mãe, mas juro que nesse momento eu queria ter jogado a TV na cabeça dela. Talvez fosse exatamente por esse motivo que eu não cometi  tal ato).

Continuando nosso trajeto, faltando cerca de 40 minutos para chegarmos na tão sonhada Ubatuba, em uma cidade que até hoje eu me recuso saber qual é, a pobre Brasília, do nada, foi andando cada vez mais devagar, devagar, devagar e... pum: PARA. Usaram todas as luzes do carro para ajudar a iluminar a troca do pneu e a bateria não aguentou. Eram 2 da manhã e do outro lado da rua tinha um auto elétrico que só abria as 8. O que nos restava? DORMIR dentro do carro até de manhã... sim sim, eu + Ana + minha mãe + meu irmão + o pequeno Paulão + TV + panela de pressão e tudo mais que vocês possam imaginar dormindo numa BRASÍLIA.

E quando achávamos que nada mais poderia dar errado... O carro parou ao lado de uma caçamba de lixo.. não, eu não escrevi errado.. além de tudo, tínhamos que aguentar o mau cheiro e os mosquitos que fizeram o enorme favor de picar a perna da minha mãe, que por sua vez ficou parecendo um pão sovado de tão inchada, que por sua vez ficou reclamando o resto da viagem, que por sua vez faltou nos deixar loucos.

Chega a bendita 8 horas que mais parecia 8 anos e o tal do mecânico apareceu. Cobrou uma fortuna por outra bateria emprestada e prometeu dar um jeito naquela 3 dias depois. Ou seja, na volta teríamos que passar por lá para fazer a troca novamente (ai Jisuis). Todos (quase) sãos e salvos e ainda com esperança de dormir na praia ouvindo o mar, compensando assim, todo o sacrifício feito até então.

Quando achávamos que nada mais poderia dar errado... Ubatuba fez jus ao seu apelido de UBACHUVA. É, estava chovendo.. e muito.

No fundo, no fundo, todos acharam até bom, precisávamos dormir. Chegamos na casa, tomamos banho enquanto minha mãe preparava um macarrão as 10 e tantas da manhã, mas a fome era tamanha que devoramos ele e seus 3 kilos de sal que acompanhava o molho a bolonhesa. Tadinha, a coitada já tinha sido picada, não tinha dormido e ainda fazer comida pra 5... pra falar a verdade, pra mim, foi o o melhor macarrão do mundo.

E quando achávamos que nada mais poderia dar errado... TODOS os dias choveram naquela bendita cidade. Jogamos War, Banco Imobiliário, Jogo da Vida,Stop, Forca e Mimica, além de assistir I Love Lucy, Chaves e Os 3 Patetas na tal TV (mamãe, eu te amo). Por sinal, assistindo a esse último que nasceu "a frase da viagem" (ainda vou falar de frases que nascem em viagens): "VOU TE MATAR ATÉ VOCÊ MORRER". Não me pergunte como nem o porque, mas qualquer coisa que acontecia, um soltava essa baboseira (ai minha Nossa Senhora dos Farofeiros);

Na verdade, nem todos os dias choveu. Teve um único dia que fez sol: o ÚLTIMO, claro. Domingão, todos prontos para voltar pra casa eeee... abre aquele sooool. Naquele momento, um olhou para a cara do outro e chegamos a conclusão óbvia: Agora que se dane, vamos pra praia.

Ahhh a praia... disputando areia com mais 3 mil seres tão mau-humorados quanto nós, comendo milho, camarão, os adultos tomando aquela cervejinha, eu só na raspadinha pois a idade não permitia... todos estavam finalmente felizes...

Eis a tal Banan Boat, mas essa deve ser americana,
está bonitinha demais pra ser a mesma...
Nada mais poderia dar errado, mas...  Eis que meu irmão tem a brilhante ideia: Vamos andar de Banana Boat? Para quem não sabe, Banana Boat, ou simplesmente Banana, é uma grande bóia amarela em formato da tal fruta, puxada por uma lancha, que leva 5 ou 6 idiotas sentados em cima para dar uma voltinha. Minha sábia mãe decidiu ficar na areia. Os outros 4 colocaram seus devidos coletes e foram rumo a diversão. Uma delicia, se na curva o ser que vos fala não tivesse caído no mar. Eu gritava como uma louca desvairada e nem tinha percebido que estava de colete, ou seja, eu não ia afundar. Meu irmão, p da vida, desce do boat, me joga na lancha de qualquer jeito, sobe de novo na banana e obriga o rapaz a continuar a viagem. Eu? Bem, eu realmente tinha bebido aguá e estava como uma criança de 11 anos que quase se afoga, ou seja: em pânico. Mas a raiva do meu irmão era tanta que ele só queria terminar aquela volta em paz.

Logo depois do almoço, fomos embora rumo a Sampa. Com um pouco menos de bagagem porque comemos parte da compra do supermercado (que claro, era muito maior que precisávamos). Nós e 80% de São Paulo que estava no litoral subiam a serra e como não poderia deixar de ser, pegamos aquele transito gigantesco. A essas horas nenhum de nós estava com menor vontade de olhar pra cara do outro, quiçá conversar. Só queríamos chegar logo em casa.

E quando REALMENTE achávamos que nada mais nessa PORCARIA de viagem poderia dar errado...  A Ana teve uma vontade enlouquecedora de fazer XIXI. É, no meio do nada.. XIXI... Meses depois descobrimos que essa vontade incontrolável dela chamava-se Marcelo (que deve ter uns 17 anos hoje), mas enfim, não havia nenhum posto ao redor e nem conseguíamos sair do lugar (falar a verdade, depois de 2 kms achamos um, mas andar 2 km naquele transito era o mesmo que 40, o que no frigir dos ovos dava na mesma). Essa mulher ficava cada vez mais roxa conforme o tempo passava, até que o marido dela disse: Amor, vamos ali no matinho, eu vou com você. Minha mãe completou com um: Ah tem papel higiênico aqui (o que não tinha naquele carro, por favor... ah sim, claro, não tinha ESPAÇO) e ela, no desespero de não fazer na roupa, entrou com o marido mato a dentro.

Não mais que 50 segundos depois.. a cena que eu presenciei valeu por toda a viagem, poderia ter passado pelo dobro de apertos que passei, mas para ver ao vivo aquela imagem, teria valido a pena: Os dois, saindo de dentro do mato, correndo sentido o carro, ela puxando a bermuda de cotton, ele puxando a bermuda de cotton dela e uma VACA atrás deles.. é.. sim.. uma VACA. Eles entraram no carro tremendo, detalhe: os dois entraram como dava, afinal, Brasília não tem 4 portas... eu só me lembro que a Ana foi parar no colo do meu irmão. A coitadinha da vaca, por sua vez, ao ver aquele monte de carros recuou e voltou para o pasto (ou seja lá onde ela estava), feliz e contente. A nós, restou cair na gargalhada... O que fazer quando a melhor coisa que nos acontece em toda a viagem, é uma vaca correndo atrás de um casal fazendo xixi no mato?
 
Mexe com quem está quieta


Lá se foram quase 18 anos.. o meu irmão logo depois vendeu a Brasilets e o carro dele hoje nem de longe lembra a velha Ferrugem.. Eu? Bem, desde então, nunca mais voltei a UBATUBA... porque será?